terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobre Hiperatividade



O TDAH é um fato e pelo menos de 3 a 5 % das crianças o possui, segundo dados de pesquisa. A nossa preocupação é quando vemos crianças serem diagnosticadas como possuidoras de TDAH, por serem “hiper” ativas, ou seja, por darem muito trabalho pra quem fica com elas.
Crianças precisam de espaço para se movimentar e de atividades que propiciem a experimentação lúdica. É de suma importância que elas brinquem bastante, pois as brincadeiras são sua primeira escola. Brincando elas ganham consciência corporal e espacial, e desenvolvem seus potenciais cognitivo-motores.  E é observando ela brincar que podemos identificar alguns traços de déficit de atenção e hiperatividade.
Se a criança não consegue se concentrar em brincadeira nenhuma, troca de brinquedo toda hora, pois perde o interesse muito rápido, se distrai facilmente com elementos externos, é muito agitada, pula em cima das coisas e corre, inclusive em lugares inapropriados, se remexe muito e não consegue ficar sentada, tem dificuldade em se envolver em atividades calmas, fala em excesso e não espera terminar a pergunta para responder, pode ser que ele sofra do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. No entanto é preciso observar cada caso. E levar a criança para fazer o diagnóstico em um neurologista e/ou psiquiatra é muito importante.  No caso de ser diagnosticado o TDAH o tratamento se seguirá com sessões terapêuticas e uso de medicação.
A nossa preocupação é com a falta de paciência de alguns pais, que, devido ao cotidiano agitado, não conseguem separar um tempo para dar atenção a seus filhos e por viverem estressados, acham a sua criança “hiper” ativa. Esses pais, na hora da consulta, podem exagerar nas respostas. E a grande maioria já vem diagnosticada da escola e até mesmo de casa, pois as informações sobre o transtorno podem ser encontradas facilmente pela internet. Acredito que um questionário de perguntas e respostas não possa determinar se a criança tem ou não o transtorno. É preciso passar um tempo com ela e saber dela o que está acontecendo. Outros distúrbios e até mesmo um conflito emocional podem ser facilmente confundidos com o TDAH, até mesmo porque os sintomas são muito comuns em crianças. Vejam no parágrafo anterior as palavras que destacamos. Elas determinam excesso. No entanto a criança pode ter um comportamento parecido, mas não ter o transtorno. O que determina essa tênue diferença é a quantidade, o tamanho. Por esse motivo algumas crianças são diagnosticada de forma errada e passam a ingerir a medicação sem necessidade.
Uma alternativa para essas famílias que sofrem do mal do século XXI (cotidiano agitado + falta de tempo para si = estresse contínuo) é a terapia floral e o uso de fitoterápicos, que são naturais, leves e não tem efeitos colaterais. Um trabalho em conjunto com a terapia não só alivia os sintomas, como trabalha a causa do problema.
Nestes casos a arteterapia também é uma opção. Através dos materiais e técnicas expressivas trabalha-se o desenvolvimento cognitivo-motor, estimula a criatividade, trabalha a atenção e através das imagens dos trabalhos realizados, traça-se um diálogo: cliente >imagem> cliente. Essas imagens guiarão o processo terapêutico. Em casos de TDAH diagnosticado, a arteterapia deve caminhar junto com a medicação e a psicoterapia.  
Em ambos os casos, de crianças “hiper” ativas e Hiperativas, espaço e movimento são fundamentais para que essa energia seja gasta. Atividades esportivas e dança também são boas opções, mas o profissional deve estar preparado para ter uma criança hiperativa no grupo.
A alimentação também pode ajudar a acalmar os ânimos. Consultar uma nutricionista e pedir um cardápio elaborado para deixar essa criança menos ativa e mais concentrada é possível e muito saudável.
O que quis dizer com esse artigo é que devemos olhar com mais carinho para o assunto. Adequar o tratamento a cada caso de acordo com suas especificidades. Até porque é um conjunto de fatores que podem melhorar a qualidade de vida dessas crianças e de seus pais.
Infelizmente o TDAH ainda não tem cura, mas é possível controlá-lo e levar uma vida saudável e com qualidade se as atitudes certas forem tomadas, inclusive com as crianças muito ativas, que dão o maior trabalho, mas que não sofrem do distúrbio, e que no futuro vão agradecer muito por terem sido acolhidas e estimuladas a desenvolverem seus talentos e potenciais, de forma saudável e prazerosa.
Preparamos uma lista de links importantes que também abordam o assunto e de locais públicos que oferecem tratamento para o TDAH:


Atendimento Público
Rio de Janeiro

• PAM – MATOSO (crianças e adolescentes)
Rua do Matoso, 96 - Pça da Bandeira
Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2273.0899 (maiores informações com a As. Social Luciana, 5ª de manhã) 
Coordenadora: Dra. Katia Beatriz Correa e Silva
As inscrições estão suspensas temporariamente. 

• CIPIA
Praça Monte Castelo 18 sala 705 (perto do metrô Uruguaiana)
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2285-6351
Coordenadora: Dra. Maria Antonia Serra Pinheiro

• GEDA - Grupo de Estudos de Déficit de Atenção

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA PESQUISA DE DIAGNÓSTICO DE TDAH 
EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 7 A 16 ANOS

É necessária a participação dos pais biológicos.
Telefone: 2543-6970

Instituto de Psiquiatria - Universidade Federal do Rio de Janeiro
O GEDA é um centro de pesquisa, não é um ambulatório de atendimento regular a pacientes com TDAH.
Assim, como em outras áreas da Medicina, são utilizados protocolos de pesquisa previamente aprovados pelo Comitê de Ética que determinam quais pacientes podem ser incluídos nas pesquisas.
Av. Venceslau Brás 71 – Campus da UFRJ (Ao lado do hospital Pinel)
Ambulatório do IPUB - CIPE NOVO – sala 5 
Rio de Janeiro - RJ
CEP 22.290-140
Tels: (21) 2543-6970
Coordenador GEDA: Professor Paulo Mattos

• Santa Casa de Misericórdia (Crianças-adolescentes)
Rua Santa Luzia 206 - Centro
Rio de Janeiro - RJ
Tel: 21 2221 4896
Coordenador Santa Casa: Dr. Fábio Barbirato

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http://veja.abril.com.br/agencias/ae/comportamento/detail/2010-07-01-1136272.shtml
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/deficit-atencao-ainda-problema-subestimado
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/deficit-atencao-professor-pode-ajudar
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1181671-5604,00-OPINIAO+DEFICIT+DE+ATENCAO+REQUER+DIAGNOSTICO+PRECISO.html
http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL835258-16022,00-MEDICOS+ALERTAM+PARA+O+DIAGNOSTICO+ERRADO+DE+DEFICIT+DE+ATENCAO.html
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1170187-5604,00-OPINIAO+USO+DE+DROGA+PARA+DEFICIT+DE+ATENCAO+ILUDE+QUEM+NAO+TEM+O+DISTURBIO.html
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/transtorno-deficit-atencao-com-sem-hiperatividade-tdah-546797.shtml

Texto elaborado por Raquel Souto para o blog da Oficina da Comunicação.
Raquel Souto é Arteterapeuta e Terapeuta Reiki e atua na Oficina da Comunicação desde fevereiro de 2009.

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