quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A comunicação através dos materiais na Arteterapia


Nas sessões de Arteterapia, os profissionais utilizam técnicas expressivas e vivenciais para facilitar o reconhecimento dos clientes e desenvolvimento dos seus trabalhos.
As técnicas artísticas em um contexto terapêutico ajudam as pessoas que querem se conhecer, expressarem não apenas aquilo que está presente em sua consciência, mas também aquilo que está emergindo de seu inconsciente e que está à borda de sua pré-consciência. 
Cada material tem sua utilidade particular, cada um deve ser apresentado ao cliente conforme sua demanda para que seja sentido, percebido e explorado. Existem vários tipos de materiais:
- Facilitadores = ajudam e permite um acesso maior, mais afinidade.
- Não facilitadores = podem atrapalhar o processo de expressão, menos afinidade.
- Estruturadores = permitem que o cliente se organize, se estruture.
- Desestruturadores = desfazem o que está arrumado e fazem uma nova forma, reintegra.
- Expansores = permitem que o cliente vá mais longe, expanda-se, flui.
- Restringentes = organizam, delimitam.
- Duros = lápis em geral, canetas esferográficas, lápis cera.
- De transição = giz cera seco, lápis aquarela.
- Fluídos = tintas em geral, cola colorida.
- De regeneração = escultura e modelagem.
- De vínculos = gravura, colagens, expressão corporal, contos.
 Segundo Philippini* (2004), a tipologia Junguiana são os pontos cardeais que norteiam a caminhada por estas regiões psíquicas profundas e singulares, além das funções reguladoras da consciência, os materiais como elementos alquímicos que são classificados como:
- Intuição (fogo): lápis cera quente, contos, argila, caixa de areia
- Pensamento (ar): lápis e lápis cera em geral, corte-colagem, leitura-escrita
- Sentimento (água): tinta, poesia, música, cores
- Sensação (terra): argila, colagem, texturas, sucata, tecidos, grãos, comida, trabalhos corporais.
Cada atividade, cada material, cada ponto, linha, cor, forma, movimento, gesto, som, expressão, tem uma possibilidade de atuação no cliente. É preciso saber qual recurso artístico irá utilizar na sessão com cada cliente de acordo com o objetivo que deseja ser atingido. 
Em um ambiente seguro, acolhedor e aconchegante, o arteterapeuta convida o indivíduo a expressar seus sentimentos, usando como ferramenta a arte e suas diversas formas de expressão gerando um produto final que facilitará nesta comunicação interna e externa. 


* PHILIPPINI, Ângela. Para entender Arte Terapia: cartografias da coragem. WAK Editora. 3ª Edição, Rio de Janeiro, 2004.


Texto retirado da monografia de: Barbara M. Rodrigues.
Orientadora: Ângela Philippini.
Curso de Formação Clínica em Arteterapia pela POMAR - Proposta de Orientação Multidimensional Arte Realidade
 

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